sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Cavando a mim mesmo...


Quando eu assisti Patch Adams pela primeira vez, há muito tempo atrás, um momento do filme que me chamou muito a atenção: quando o Patch pergunta ao enfermeiro do manicômio o motivo pelo qual o conhecidíssimo cientista estava ali internado. Aquele que coloca os dedos no rosto das pessoas perguntando quantos dedos a pessoa vê.
A resposta do enfermeiro foi o que me deixou impressionado, segundo este, o cientista "cavou" tanto o próprio intelecto que acabou por despencar num barranco dentro de si, no qual não conseguia mais saber exatamente onde se situava em sua mente.
Eu tenho pensado muito nesse trecho do filme ultimamente... Por que eu sinto muito claramente que nos últimos meses, em que eu superei adversidades específicas como um desemprego, eu venho refletindo e me interpretando em tudo aquilo que me diz respeito.
Eu tenho me colocado a analisar minha posição em relação à vida em simplesmente todos os seus fatores, venho me empenhando em enxergar a forma como eu estou inserido em todos os elementos que determinam a pessoa que eu sou.
Eu tenho cavado minha alma, meu espírito, minha mente e o meu meio ambiente com o objetivo de olhar para o espelho e enxergar, num milésimo de segundo, toda a minha essência, sentindo a dimensão integral de todos os laços da minha existência com o mundo.
Isso envolve a minha fé, meu amor próprio, meu amor pelas pessoas que fazem parte da minha vida, minha saúde mental, meu bem estar físico e os ambientes em que eu me permito estar.
Esclareço que eu não tenho dúvidas sobre quem eu sou, ou sobre o que eu quero, o que eu estou buscando é o pleno conhecimento sobre a minha vida, com o objetivo de me reconhecer tal como sou em tudo o que me diz respeito.
Para que não exista um elemento sequer em minha vida no qual eu sinta a minha existência sendo manifestada de forma distorcida, ou seja, situações em que eu não esteja pleno ou em que eu esteja sendo mal interpretado.
Após muito tempo empenhado nisso, eu já venho colhendo os primeiros frutos deste "mergulho" para dentro de mim.
Eu me reconheço como um homem, filho de Deus, que ama e é amado por seus próximos, e que... se sente completo em si mesmo, mas incompleto em relação a vida. Por que eu descobri que o que falta para que eu me sinta completo em relação a vida não está dentro de mim, nem mesmo diz respeito aos ambientes em que eu me permito estar.
Para que eu me sinta completo em relação a vida, eu preciso estar mergulhado na pessoa que eu amo, desfrutando de quem ela é e de tudo o que lhe diz respeito, aguçando todos os meus sentidos diante da sua doce presença, sentindo todos os seus sentidos pulsando por mim e constatando que o mundo (meio ambiente) fica muito mais iluminado quando estamos juntos.
Por isso, apesar de eu conseguir olhar no espelho e enxergar, num milésimo de segundo, toda a minha essência, sentindo a dimensão integral de todos os laços da minha existência com o mundo, o que eu mais quero mesmo é olhar para o espelho, nestas condições, abraçado com a pessoa que eu amo, PLENO e INTERPRETADO POR ELA TAL COMO SOU.