quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O que você faz com os seus presentes?

A vida pode nos presentear com presentes imateriais. Por vezes, em nosso dia a dia, recebemos da vida a realização de sonhos, o abrandamento de tormentas, a solução positiva de anseios e o encontro com a concretização de desejos e vontades da alma.
Ao mesmo tempo, é dito que ao presentear alguém não devemos esperar a gratidão desta pessoa, já que, se presenteamos esperando algum retorno, fatalmente o ato de presentear não tem a mesma intensidade que teria se fosse um ato gratuito.
Dessa forma, é possível extrair uma situação: se ao presentear não devemos esperar gratidão, ao sermos presenteados pela vida, qual é a reação ideal que devemos ter sinceramente diante dela? Podemos entender que a vida também não deve esperar nossa gratidão pelo o que ela nos permite? Se for o contrário, como seria demonstrada à vida tal gratidão?
Eu entendo que devemos ser sempre gratos, em ambas as situações, tanto ao presentear como ao ser presenteado. Vejamos.
Suponha que você tenha encontrado a mulher (homem) da sua vida. Que através dessa pessoa você se sinta pleno (a), encontrado (a), encaminhado (a), abençoado (a), entre tantas sensações que passam a definir o seu estado de espírito. O que você faz em relação a isso? Você simplesmente desfruta do que lhe foi permitido, ou tenta encontrar meios pelos quais você agradeça à vida pelo presente que recebeu, demonstrando que você realmente merece o que lhe foi permitido gratuitamente?
Pode ser que ninguém seja obrigado (a) a demonstrar gratidão pelos presentes que recebe da vida, mas ao menos eu (que me acostumei a não esperar nada de quem recebe meus presentes imateriais) não presenteio duas vezes uma pessoa que, ainda que grata, demonstra não ter carinho, devoção, confiança, compromisso, empenho extremo e zelo com o que recebeu.
Devemos cuidar adequadamente do que recebemos da vida, e nunca sermos presunçosos de pensar que, por não termos a obrigação de sermos gratos, somos livres para fazer o que bem entendermos com nossos presentes. Se a pessoa pensa deste modo, seria melhor que não tivesse recebido os presentes imateriais da vida... ou ao menos os meus, por que eu sei bem o tamanho da dor que é assistir o desleixo e a falta de zelo de quem recebeu o presente mais lindo que eu poderia entregar a alguém, considerando, principalmente, que este alguém era a única pessoa capaz de recebê-lo e contemplá-lo tal como ele é.

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